Assim, em tudo, façam aos outros o que
vocês querem que eles façam a vocês; pois esta é a Lei e os Profetas (Mt 7.12).
1.Por que temos tanta dificuldade para obedecer essa regra?
A resposta de acordo com a bíblia é porque
somos pecadores, e consequentemente, somos inteiramente egocêntricos.
Somos parciais principalmente conosco
mesmos. E não somente conosco, mas também com quem nos interessa, faz parte de
nosso convívio ou por quem nutrimos afeto.
Temos o costume de reclamar do tratamento que recebemos dos outros e nos
esquecemos de como os tratamos. Queremos ser acolhidos, mas desprezamos.
Queremos ser auxiliados, mas somos indiferentes. Queremos ser honrados, mas
humilhamos. Não gostamos de ser criticados, mas criticamos – e sempre achamos
que poderíamos ter feito melhor. Sentimo-nos no direito de ter sempre a
preferência, mas se alguém recebe algum privilégio, não aceitamos. Somos
exigentes com os outros, mas condescendentes conosco mesmos. Nem sempre
gostamos de ser tratados da forma que tratamos o nosso próximo.
Queremos ser ajudados em nossos problemas, mas fechamos os olhos aos problemas
dos outros. Temos uma imensa dificuldade em aceitar a opinião de outra pessoa e
respeitar sua maneira de pensar, mas muitas vezes queremos impor as nossas.
Quando nos dispomos a discutir, preferimos ser ouvidos, mas temos uma barreira
quase intransponível para ouvir. Não compreendemos o outro, mas nos angustiamos
quando não nos entendem. Julgamos a aparência e atitudes das pessoas, mas nos
indignamos quando nos olham com maus olhos. Fazemos comentários maliciosos e
revelamos segredos dos outros, mas ficamos furiosos quando somos difamados ou
expostos.
2.Como é possível praticarmos essa regra?
Devemos começar em Deus. Veja
Mt.22.37-39.
Notem a sequencia. Ninguém pode amar ao
próximo como a si mesmo enquanto primeiramente não amar a Deus. Não veremos a
nós mesmos ou ao nosso próximo corretamente enquanto não tivermos dado a Deus a
primazia. Quando assim fizermos, passaremos a ter condições de olhar para nós
mesmos e para os outros segundo a visão de Deus.
Devemos lembrar que Deus não nos trata de
conformidade com o que merecemos e devemos tratar ao próximo da mesma maneira
que Deus nos trata.Mt.5.45 e Mt.7.11-12.
Notem o elo que liga o verso 11 ao verso
12. Já que o Pai nos dá boas coisas, deveríamos imitá-lo mostrando bondade aos
outros. Já que somos tratados assim por Deus, devemos agir com todos de forma
graciosa e misericordiosa.
Ao dizer ‘esta é a lei e os profetas’, Jesus estava querendo dizer que a
lei e os profetas podiam ser resumidos nesse princípio. Ou seja, quando a lei
nos recomenda não matar, não furtar e não adulterar, a ênfase não é na regra e
no regulamento em si; o propósito e o espírito por trás das ordens é que amemos
ao próximo como a nós mesmos. Se esse versículo fosse
obedecido universalmente, transformaria toas as relações internacionais, a
política nacional, a vida familiar e a vida na igreja. Antes de agir ou falar,
é bom pensar em como eu me sentiria se agissem ou falassem assim comigo.